TIC Kids Online investiga, pela primeira vez, frequência do uso de plataformas digitais por crianças e adolescentes


23 OUT 2024



Pesquisa mostra que mais da metade dos usuários de Internet brasileiros de 9 a 17 anos acessa plataformas de mensagens e de compartilhamento de vídeos e fotos, “várias vezes ao dia” ou “todos os dias ou quase todos os dias”

Lançada nesta quarta-feira (23), a nova edição da TIC Kids Online Brasil mostra que 70% dos usuários de Internet de 9 a 17 anos acessam com frequência elevada o WhatsApp, sendo que 53% utilizam a plataforma “várias vezes ao dia” e 17%, “todos os dias ou quase todos os dias”. Em seguida, aparecem YouTube, com 66% (43% “várias vezes ao dia” e 23% “todos os dias ou quase todos os dias”), Instagram com 60% (45% “várias vezes ao dia” e 15% “todos os dias ou quase todos os dias”) e TikTok com 50% (37% “várias vezes ao dia” e 13% “todos os dias ou quase todos os dias”). A pesquisa, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), coletou pela primeira vez dados sobre a frequência de uso das plataformas digitais pela população analisada. Esses e outros indicadores inéditos foram apresentados durante o 9º Simpósio Crianças e Adolescentes na Internet, organizado pelo NIC.br e pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

A frequência de uso das plataformas varia conforme a faixa etária. O YouTube, por exemplo, predomina entre os usuários de 9 a 10 anos (70% acessam “várias vezes ao dia” ou “todos os dias/quase todos os dias”) e entre os de 11 a 12 anos (71% utilizam “várias vezes ao dia” ou “todos os dias/quase todos os dias”). Em ambas as faixas etárias, o WhatsApp ocupa o segundo lugar, com 52% de acessos “várias vezes ao dia” ou “todos os dias/quase todos os dias”. Entre crianças de 9 a 10 anos, o TikTok (34%) supera o Instagram (23%). Entre aquelas de 11 e 12 anos, não há diferenças significativas entre o Instagram (42%) e o TikTok (41%). Já no caso dos adolescentes de 13 a 14 anos e de 15 a 17 anos, as plataformas utilizadas com frequência mais alta são o WhatsApp (73% e 91%, respectivamente) e o Instagram (78% e 81%, respectivamente).

Dentre aqueles com idades entre 9 e 17 anos, 69% dos que acessam o WhatsApp pelo menos uma vez na semana informaram possuir perfil próprio na plataforma. As proporções foram de 63% para o Instagram, 45% para o TikTok, 42% para o YouTube, 19% para o Facebook, 8% para o Discord e 7% para o X (antigo Twitter). Considerando a mesma faixa etária, 72% disseram acreditar que podem usar redes sociais sozinhos, porcentagem superior à reportada por seus responsáveis quanto ao uso dos filhos (57%).

“A participação online de crianças e adolescentes, incluindo em plataformas digitais, é um tema que vem permeando o debate público atualmente. Nesse contexto, o Cetic.br busca gerar evidências para que esses debates sejam baseados em dados, e para que estes dados também possam contribuir com a elaboração de políticas, regulamentações e outras ações necessárias relacionadas à questão. Essas foram algumas das razões que nos levaram a investigar a frequência de uso das plataformas digitais”, explica o gerente do Cetic.br|NIC.br, Alexandre Barbosa.

Atualmente, 93% da população brasileira de 9 a 17 anos é usuária de Internet, o que representa 24,5 milhões de pessoas.

Mediação de responsáveis
O estudo levantou que cerca de 3 a cada 10 usuários de Internet de 9 a 17 anos têm responsáveis que utilizam recursos para bloquear ou filtrar alguns tipos de sites (34%), para filtrar que aplicativos podem ser baixados (32%), que limitam as pessoas com as quais crianças e adolescentes podem entrar em contato por meio de chamadas de voz ou mensagens (32%), que monitoram sites ou aplicativos acessados (31%), que bloqueiam anúncios (28%), que alertam sobre o desejo de fazer compras em aplicativos (26% ), e que restringem o tempo na Internet (24%).

A pesquisa identificou ainda que 61% dos responsáveis de usuários de 9 a 17 anos afirmaram “sempre” ou “quase sempre” olhar o celular para ver o que a criança ou adolescente está fazendo, ou com quem está falando (proporção é de 80% no caso de usuários com idades de 9 a 10 anos e de 40% para usuários de 15 a 17 anos); 51% determinam regras para a utilização do dispositivo (71% para os de 9 a 10 anos e 27% para os de 15 a 17 anos), e 30% suspendem a utilização do celular pelos filhos por algum tempo (45% para os de 9 a 10 anos e 15% entre 15 e 17 anos).

Responsáveis de 83% dos usuários de 9 a 10 anos declararam que “sempre” ou “quase sempre” ensinam jeitos de a criança usar a Internet com segurança, e 86% disseram conversar sobre o que ela faz online (as porcentagens foram de 63% e de 55%, respectivamente, para os adolescentes de 15 a 17 anos).

A edição de 2024 da TIC Kids Online Brasil inova ao investigar a percepção dos responsáveis sobre o pedido de orientação de crianças e adolescentes para o uso da Internet. Segundo declaração deles, 44% dos usuários de 9 a 17 anos “sempre” ou “quase sempre” contam sobre coisas que os incomodam ou "chateiam" na Internet, prática mais recorrente entre as meninas (46%) do que entre os meninos (28%). O estudo mostrou também que 44% afirmaram que a criança ou adolescente “sempre” ou “quase sempre” pede ajuda para uma situação no ambiente digital que não consegue resolver, 77% “acreditam que a criança ou adolescente utiliza a Internet com segurança” e 8%, “que a criança ou adolescente vivenciou situações incômodas na Internet”.

Riscos online
Entre os usuários de 9 a 17 anos, 29% contaram ter passado por situações ofensivas, de que não gostaram ou os "chatearam" no ambiente digital. Destes, 31% falaram sobre o que aconteceu para seus pais, mães ou responsáveis; 29% para um amigo ou amiga da mesma idade; 17% para irmãs irmãos ou primos, e 13% não revelaram para ninguém. Outros 12% reportaram que foram tratados de forma ofensiva na Internet e 42%, que viram alguém ser discriminado online.

Considerando o contato com desconhecidos, 30% dos usuários de Internet de 9 a 17 anos relataram que tiveram contato com alguém na Internet que não conheciam pessoalmente. Redes socais (15%) e mensagens instantâneas (14%) foram os principais meios em que a situação ocorreu.

Classe e condições de acesso
Conforme o estudo, 99% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos das classes A e B são usuários de Internet. Nas classes C e DE, as porcentagens são 93% e 91%, respectivamente. A TIC Kids Online mostra ainda que 92% têm responsáveis usuários da rede.

O domicílio é o principal local de acesso à Internet para crianças e adolescentes (99%) e seus responsáveis (98%). Dentre usuários de 9 a 17 anos das classes AB e C, 56% acessaram à Internet na escola, proporção de 44% para as classes DE.

Do total de usuários de Internet de 9 a 17 anos, 81% reportaram possuir celular próprio, sendo que 97% das crianças e adolescentes nesta faixa etária pertencentes às classes AB têm o dispositivo. O mesmo acontece com 80% daqueles que estão na classe C e 77%, na classe D. A posse de celular foi maior entre adolescentes de 15 a 17 anos (93%) do que entre crianças de 9 a 10 anos (67%).

"A forte presença de crianças e adolescentes na Internet, especialmente em plataformas digitais, evidencia a necessidade de ações para a garantia dos direitos e da proteção dessa população no ambiente online. Ao produzir indicadores sempre atualizados sobre oportunidades e riscos relacionados à essa participação online, TIC Kids Online Brasil tem ajudado a orientar políticas públicas na área", enfatiza Renata Mielli, coordenadora do CGI.br.

Sobre a pesquisa
A 11ª edição da pesquisa TIC Kids Online Brasil entrevistou presencialmente 2.424crianças e adolescentes com idades entre 9 e 17 anos, assim como seus pais ou responsáveis, em todo o território nacional. As entrevistas aconteceram entre março e agosto de 2024.

A TIC Kids Online Brasil está alinhada com o referencial metodológico do projeto Global Kids Online, coordenado pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), e com a rede Kids Online América Latina.

A lista completa de indicadores pode ser conferida em https://cetic.br/pt/pesquisa/kids-online/indicadores/. Já para rever o painel de lançamento da pesquisa, acesse https://www.youtube.com/watch?v=ldDKwgtpNq4. O Cetic.br disponibiliza, ainda, os microdados da 11ª edição do estudo para download, além das tabelas completas de proporções, totais e respectivas margens de erro em: https://cetic.br/pt/pesquisa/kids-online/microdados/.

Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre o acesso e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br|NIC.br é, também, um Centro Regional de Estudos sob os auspícios da UNESCO, e completa 19 anos de atuação em 2024. Mais informações em https://cetic.br/.

Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte:  Registro.br (https://registro.br/), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br/), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br/) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).

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