Comitê Gestor criará o Cadastro Nacional de Provedores de Internet

21 MAR 2000

Lista servirá para possibilitar o acompanhamento da qualidade dos serviços oferecidos no país e a definição de dados estatísticos

O Comitê Gestor da Internet (CGI.br) decidiu criar um registro específico que reúna os provedores de informação, acesso e serviço da Internet de todo o Brasil. Segundo o projeto apresentado pelo conselheiro António Tavares, representante das empresas de acesso e serviço de Internet, durante a reunião mensal do CGI.br, realizada no dia 16, em Brasília, o objetivo é desenvolver mecanismos que permitam mapear o funcionamento quantitativo e qualitativo das empresas que atuam neste setor.

A forma com que este cadastro funcionará será analisada por grupo de trabalho específico, mas já está definido que a inclusão será facultativa. Ficou decidido, também, que todos aqueles que se inscreverem passarão a figurar em lista divulgada no site do CGI.br (www.cgi.br) como incentivo.

O acesso anônimo e a segurança da Internet no Brasil também tiveram espaço reservado na pauta da reunião do CGI.br. Em relatório preliminar de avaliação dos provedores, apresentado durante a reunião do mês passado, ficou evidenciada a facilidade, em diversos graus, para o acesso anônimo à rede. Outros aspectos verificados incluíram deficiências no sistema de cadastro dos usuários e facilidades para o uso de "senhas fracas" - fáceis de serem descobertas - pelos usuários identificados que comprometem a segurança da rede. O conselheiro José Luiz Ribeiro Filho, responsável pelo acompanhamento e avaliação do tema, manteve contato com os provedores envolvidos - em conjunto com o Grupo de Trabalho de Segurança de Redes (GT-S) -, desde a reunião de fevereiro, e apresentou como forma de reduzir o risco de segurança produzido pelo acesso anônimo três sugestões de ações a serem realizadas pelo CGI.br.

Em primeiro lugar, o Comitê deverá discutir no âmbito do GT-S, juntamente com os provedores, a adoção de mecanismos básicos para aumentar a segurança da Internet no Brasil. Deverá, ainda, adotar medidas já propostas na gestão anterior para prevenir e auxiliar na identificação de ações danosas à rede, bem como seus executores. Por fim, terá o papel de esclarecer e sensibilizar provedores e usuários quanto à importância do tema, de modo a que os usuários passem a exigir dos provedores os mecanismos que garantam a sua própria segurança.

Apesar dos problemas comprovados, serão necessárias ainda avaliações mais aprofundadas quanto, por exemplo, ao suporte técnico dos provedores (gratuitos e pagos) tanto para prevenção quanto para o registro e identificação de problemas (ataques, etc.) que possam auxiliar na ação das autoridades.

Vale ressaltar que, de acordo com os dados do NIC Br Security Office (NBSO), a entrada em operação dos provedores gratuitos, ainda que com os problemas de segurança já identificados, não alterou o perfil dos incidentes de segurança na Internet brasileira.

Estão em estudos propostas de medidas que possam permitir o acesso não identificado à Rede, por meio da restrição do uso de aplicações que possam ameaçar sua segurança. As aplicações mais populares como correio eletrônico e web são, de forma geral menos sujeitas a causar problemas de segurança para a Internet.

REMAVS

Os conselheiros aprovaram, ainda, a liberação de recursos para as Redes Metropolitanas de Alta Velocidade (ReMAVs), criadas com o objetivo de promover, em diversas regiões do país, a criação de infra-estrutura e serviços de redes de alta performance. Os recursos, provenientes do registro de domínio, serão utilizados na manutenção das ReMAVs já implantadas e na criação de outras.

O conselheiro Cássio Vecchiatti sugeriu que os trabalhos e resultados da implementação das ReMAVs sejam apresentados à comunidade empresarial como forma de levar integra-la à comunidade acadêmica. Deste modo, o CGI.br mantém sua função natural de fomentar o desenvolvimento da Internet brasileiro.

PERFIL

O Comitê Gestor da Internet do Brasil (CGI.br) foi criado a partir da necessidade de coordenar e integrar todas as iniciativas de serviços Internet no país e com o objetivo de assegurar qualidade e eficiência dos serviços ofertados e garantir a manutenção de adequados padrões de conduta de usuários e provedores.

O CGI.br tem como atribuições principais:

Jornalista responsável