CGI.br publica resolução sobre adoção de IPv6


19 NOV 2013



RJ Network - 19/11/2013 - [ gif ]
Assunto: IPv6

O esgotamento de endereços disponíveis na versão 4 do protocolo IP (IPv4) é um fato conhecido por toda a comunidade Internet há muitos anos. Com a aproximação do fim de todos os estoques de IPv4 no mundo, prevista desde a década de 1990, o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) alerta mais uma vez a todos para a necessidade de adoção da nova versão do protocolo, o IPv6. A resolução CGI.br/RES/2013/033, sobre a adoção do IPv6 ressalta que assim se garantirá a expansão sustentável da Internet.

O CGI.br enviará ofícios para a Sociedade Brasileira de Computação (SBC) e para outras instituições relacionadas ao desenvolvimento da Internet no Brasil, com o objetivo de reforçar a urgência da disseminação do IPv6 na rede brasileira. Vídeos explicativos e materiais didáticos sobre o assunto serão desenvolvidos pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) para compor uma campanha ainda mais extensiva de conscientização sobre IPv6. Por fim, o CGI.br apoiará a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação, do Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (SLTI/MPOG) na criação de um plano de metas para a adoção do IPv6 nas entidades do Governo Federal.

Recomendações adicionais serão enviadas à Rede Nacional de Pesquisa (RNP) para apoiar e incentivar gestores de TI dos diferentes campus universitários, na implantação do IPv6 e utilização dos Pontos de Presença existentes. Universidades são convidadas a oferecer cursos de formação, capacitação ou educação continuada em IPv6, assim como seus docentes são incentivados a utilizar em suas aulas estudos de casos, exemplos e laboratórios com IPv6. As instâncias do Governo Federal, Estadual e Municipal também são lembradas a incluir o suporte a IPv6 como requisito na compra de equipamentos e em seu provimento de acesso à Internet, além de estabelecer critérios e cronogramas de implementação em suas redes.

A íntegra da resolução CGI.br/RES/2013/033 está disponível em http://cgi.br/regulamentacao/resolucoes.htm.

Esgotamento de endereços IPv4, necessidade de adoção do IPv6 
O NIC.br vem alertando  toda a comunidade sobre o esgotamento do IPv4 há vários anos. Desde 2009, o NIC.br promove treinamentos sobre IPv6 gratuitamente para profissionais de operadoras de telecomunicações, provedores Internet e outras instituições. Até agora 103 turmas foram treinadas, num total de 3097 profissionais. Dessas turmas, 14 foram exclusivas para as principais operadoras.

A quantidade de endereços IP é de, aproximadamente, quatro bilhões na versão 4 do protocolo (232) e 3.4×1038 na versão 6 (ou 2128). À medida que aumenta o crescimento da rede, esgotam-se os estoques regionais. Em janeiro de 2011, a IANA (Internet Assigned Numbers Authority, estoque central da Internet para endereços IP), delegou seus últimos blocos IPv4 às entidades regionais: dois ao APNIC (responsável pela área da Ásia e Pacífico) para atender às suas necessidades imediatas e um para cada um dos demais Registro Regional da Internet (ou RIR em inglês): Ripe (Europa), Afrinic (África), Lacnic (América Latina) e Arin (América do Norte). Desses, APNIC e RIPE já esgotaram seu estoque. O Lacnic ainda possui blocos, que serão delegados conforme a necessidade local.

Mantido o ritmo de crescimento atual da rede, a previsão é de que os últimos blocos IPv4 alocados ao Brasil sejam delegados, ainda no início de 2014,  aos ASNs que os solicitarem. Essa previsão depende do ritmo de crescimento da rede, não do NIC.br, que somente aloca os números solicitados pelas operadoras, mediante justificativa mínima do uso desse recurso.

O NIC.br é o distribuidor oficial de blocos IPv6 para o Brasil desde 2006. Na época, existiam 300 redes (ASNs) que compunham a Internet no Brasil; hoje são mais de duas mil. Mesmo com o crescimento da Internet no Brasil, os prazos para alocação de novos blocos são rigorosamente respeitados normalmente.

Como forma de estimular toda a cadeia de interessados no desenvolvimento da rede no Brasil, o Registro.br isentou de cobrança até julho de 2013 todo e qualquer provedor que solicitasse blocos IPv6. A partir de julho, a cobrança passou a ser realizada somente a ASNs que nunca tivessem realizado pedidos de blocos ao Registro.br.