Pesquisa TIC Saúde 2015: seis indicadores que você precisa conhecer
Serviços on-line, política e ferramentas de segurança da informação estão entre eles
As tecnologias digitais vieram para ficar e na área da saúde não é diferente. Todos os cidadãos precisam recorrer, muitas vezes na vida, ao atendimento em estabelecimentos de saúde e o uso da Internet trouxe enormes facilidades para acessar os serviços de saúde. Grande parte desses locais vem adequando seus serviços e infraestrutura de forma a atender às mais variadas demandas de pacientes e profissionais de saúde, oferecendo opções como agendamento on-line de consultas e acesso a resultados de exames, treinamentos à distância, armazenamento eletrônico do histórico clínico dos pacientes, envio de lembretes sobre alergias, troca de informações clínicas entre estabelecimentos, entre outras.
E no Brasil? Como os estabelecimentos de saúde utilizam as tecnologias da informação e comunicação?
Em 2016, o Cetic.br (Centro de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação) apresentou os resultados da terceira edição da TIC Saúde, pesquisa que investiga a disponibilidade e a adoção de tecnologias de informação e comunicação nos estabelecimentos de saúde brasileiros, bem como a apropriação que médicos e enfermeiros fazem destas ferramentas.
O levantamento destacou, entre diversos pontos, que os estabelecimentos públicos e privados aumentaram sua presença na Internet por meio de websites e perfis em redes sociais. De acordo com o coordenador da pesquisa TIC Saúde, Rafael Soares, o aumento da velocidade de conexão à Internet nos estabelecimentos é um fator de grande contribuição para o aumento da presença on-line e dos serviços digitais oferecidos. O maior número de estabelecimentos de saúde que acessam a Internet através de conexões de alta velocidade é um sinal de melhora da infraestrutura de TI no país, contudo um olhar mais detalhado aos resultados da pesquisa revela que esta melhora de infraestrutura não acontece da mesma forma em todos os tipos de estabelecimentos de saúde: existe uma grande diferença de conexão entre estabelecimentos públicos e privados.
“O crescimento na velocidade de conexão dos estabelecimentos de saúde tem se dado de forma diferente entre os estabelecimentos públicos e privados. Enquanto os públicos aumentam sua conexão através de velocidade que vai de 1 Mbps a 10 Mbps, os estabelecimentos privados investem na ampliação do acesso através de conexões de 10 Mbps a 100 Mbps. É importante destacar que conexões de alta velocidade e estáveis são condições necessárias para a implantação de sistemas de telessaúde, por exemplo.”, completa o coordenador.
Apesar dos avanços na melhora da infraestrutura de TIC nos país, ainda há grandes desafios a serem superados, como, por exemplo, a necessidade de ampliar a digitalização dos prontuários dos pacientes: um quarto dos estabelecimentos de saúde do país mantêm o registro de informações dos pacientes totalmente em papel.
Além dos fatores acima apontados e dos indicadores já divulgados, a pesquisa traz outras informações que você precisa conhecer. Confira!
Qual a proporção de estabelecimentos de saúde que possuem um documento que define uma política de segurança da informação?
Apenas 24% dos estabelecimentos de saúde brasileiros possuem uma política de segurança da informação, dentro dos quais 19% são públicos e 30% são privados. As capitais do País concentram uma maior fatia de adoção desse tipo de documento (41%), enquanto 19% estão localizados no interior.
Dos que afirmaram adotar uma política de segurança da informação, 22% são do tipo “sem internação”, 25% possuem internação para até 50 leitos, 48% para mais de 50 leitos e 29% possuem serviços de apoio ao diagnóstico e terapia.
Os dados completos deste indicador você pode consultar aqui.
Entre estabelecimentos que informaram possuir uma política de segurança da informação, quais ferramentas são as mais utilizadas?
O antivírus é a ferramenta de segurança mais utilizada nos estabelecimentos de saúde do País, mencionada em 95% dos casos. Conheça abaixo todas as ferramentas citadas:
Link do indicador: http://cetic.br/tics/saude/2015/estabelecimentos/A10/
Que tipo de informação de suporte os estabelecimentos têm armazenado eletronicamente que podem auxiliar os profissionais no tratamento de pacientes?
Link indicador: http://cetic.br/tics/saude/2015/estabelecimentos/B4/
Barreiras para implantação e uso de sistemas eletrônicos
Este indicador demonstra, mais uma vez, como a velocidade de conexão pode influenciar o oferecimento desse tipo de serviço: 80% dos estabelecimentos públicos de saúde mencionaram que a baixa qualidade de conexão à Internet é uma das barreiras para a implantação e uso de sistemas eletrônicos – índice mencionado em 58% dos estabelecimentos privados. Além disso, a presença de equipamentos obsoletos ou ultrapassados (78% nos estabelecimentos públicos e 61% nos privados) e a ausência de treinamento das equipes (81% nos estabelecimentos públicos e 64% nos privados) são outros fatores que dificultam essa adoção e demonstram a necessidade de maiores investimentos em tecnologia por parte desses estabelecimentos. Veja a relação completa de barreiras mencionadas no levantamento.
Serviços on-line oferecidos aos pacientes
Entre os estabelecimentos de saúde que utilizam a Internet para ofertar serviços aos pacientes, 24% deles permitem a visualização de resultado de exames; 20% disponibilizam serviços de agendamento e consultas, e 8% permitem que os pacientes verifiquem seu prontuário médico eletronicamente.
Ao analisarmos as macrorregiões do País, a Sudeste é a que mais oferece serviços on-line, e a Nordeste é a região com menor oferta desse tipo de serviço. A mesma proporção se repete nos estabelecimentos de saúde das capitais brasileiras e no interior dos estados, respectivamente. Conheça os dados mais recentes deste indicador da pesquisa TIC Saúde.
Ficou interessado em saber mais sobre o levantamento anual do Cetic.br? Acesse a página da pesquisa, navegue pelos indicadores e baixe gratuitamente a publicação: http://cetic.br/pesquisa/saude/.