Desempenho da Internet em jogos online é tema de palestra do NIC.br na 8ª edição da Campus Party


12 FEV 2015



A qualidade da conexão a Internet vai muito além da banda. A latência, jitter, perda de pacotes e vazão são quesitos importantes que influenciam diretamente no desempenho, especialmente nos jogos online. Esse assunto foi detalhado por Fabrício Tamusiunas, gerente de projetos do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), na palestra “Conhecendo a importância da qualidade da Internet para os jogos e como foi o ano de 2014 para os jogadores”, realizada no Palco Netuno da 8ª Campus Party Brasil (#CPBR8).

O tempo que os pacotes demoram para sair do computador do usuário, chegar no seu destino e retornar ao computador novamente é denominado latência. Para os jogos online, a latência chega a ser mais relevante do que a velocidade da conexão em si. “Os usuários que jogam pela Internet devem buscar uma latência baixa para que os comandos no jogo demorem o menor tempo possível para serem executados”, explica Fabrício. Os próprios controles de videogame possuem uma latência natural que chega a 4 ms (milissegundos) naqueles com fio e 8 ms nos equipamentos sem fio (por Bluetooth). 

No caso dos jogos via streaming, Fabrício esclarece que alguns deles possuem uma latência para recepção muito baixa, de 16 ms, como o Wii U, que utiliza tecnologia Bluetooth. O PlayStation Now, serviço de streaming de jogos da Sony, por enquanto não pode ser acessado pelos usuários brasileiros - e a latência tem relação direta com isso. O tempo de resposta das operadoras de Internet brasileiras até a Sony pode chegar perto de 200 ms, o que inviabiliza o serviço. 

Para driblar problemas relacionados à latência, os provedores de serviços de jogos online devem aproximar os servidores dos usuários. “Os melhores locais para isto são nas redes conectadas aos Pontos de Troca de Tráfego. O NIC.br opera 25 PTTs (www.ptt.br) atualmente”, destaca Fabrício. Ele reforça, no entanto, que a proximidade entre servidores e usuários não adianta se a qualidade da Internet oferecida pelas operadoras for insatisfatória.

Testes de desempenho

O SIMET (http://simet.nic.br/), SIMET Mobile (disponível para iOS e Android), o roteador SIMETBox e o Monitor Banda Larga (http://www.monitorbandalarga.com.br/), este último desenvolvido em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), são ferramentas disponibilizadas pelo NIC.br que podem ser usadas pelos usuários para medir a qualidade da Internet. “Os usuários podem usar os relatórios gerados para cobrar a qualidade da conexão das operadoras”, reforça Fabrício. 

O total de testes realizados pelo SIMET em 2014 registrou um crescimento de 120% em relação a 2013. Com base nos testes realizados e disponibilizados por usuários das redes 3G, 4G, Wi-Fi e conexão cabeada de todo o Brasil, o NIC.br fornece um mapa da qualidade da Internet (http://simet.nic.br/mapas/), também detalhado por Fabrício na apresentação realizada na Campus Party. Ao consultar o mapa, os usuários podem checar a qualidade da rede na sua região e comparar com outras localidades.