Cetic.br apresenta ao Governo Federal dados de TIC no Brasil

Encontro em Brasília reuniu representantes de Ministérios, academia e sociedade civil

Pelo segundo ano consecutivo, o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) reuniu-se com representantes de órgãos governamentais, pesquisadores, acadêmicos e membros da sociedade civil para debater, com base em indicadores e estatísticas, os desafios enfrentados pelas políticas públicas de tecnologia da informação e comunicação (TIC). O encontro aconteceu no dia 17 de novembro, em Brasília.

“São dez anos de pesquisas TIC, desenvolvidas para subsidiar com dados iniciativas do Governo e gerar benefícios para a sociedade como um todo”, disse Demi Getschko, diretor-presidente do NIC.br, que destacou também o protagonismo brasileiro no que diz respeito à governança da Internet. Francisco Ibiapina, secretário-executivo do Ministério das Comunicações (MC), afirmou que é importante trabalhar essas informações para construir políticas públicas na área das TIC.

Durante o 2º Encontro Interministerial "Diálogo sobre Políticas Públicas e Indicadores TIC no Brasil", o doutor em Educação e Ciências e palestrante, Cezar Alvarez, apresentou resultados de pesquisa sobre o programa Um Computador por Aluno (UCA). Na sequência, ocorreu o painel "O Papel da Internet na Promoção da Educação Básica no Brasil". A partir dos resultados das pesquisas TIC Domicílios, TIC Kids Online Brasil e TIC Educação, Fabio Senne (Cetic.br), moderador do debate, traçou um perfil do uso da rede pela comunidade escolar. “Estamos num cenário em que os alunos e professores de escolas públicas e privadas já estão conectados. A questão é entender como as escolas estão tirando proveito disso”, questionou Senne.

O encontro teve a participação dos painelistas Artur Coimbra (Ministério das Comunicações), Marcos Toscano (Ministério da Educação), Daniela Caldeirinha (Fundação Lemann) e Luiz Kubota (IPEA), que trataram das ações para ampliar o uso das TIC no ambiente educacional e avançar na qualidade da conexão de banda larga ofertada às instituições de ensino.

Entre os aspectos abordados no debate estiveram temas como a falta de formação de professores para o uso pedagógico das tecnologias e como a adoção das TIC deve ir além das formas tradicionais de ensino e aprendizagem. "Para atuar nesse novo modelo, é necessário investir na inovação, criatividade, no desenvolvimento do pensamento crítico e letramento digital", pontuou Kubota.

e-Gov

Na sequência, o painel "As TIC e os Conteúdos Digitais Criativos como Ferramentas para Impulsionar a Evolução da Oferta de Governo Eletrônico" teve início com a apresentação de Manuella Ribeiro (Cetic.br), que mostrou dados de pesquisas que trazem indicadores sobre e-Gov: TIC Domicílios, TIC Empresas, TIC Organizações Sem Fins Lucrativos, bem como a TIC Governo Eletrônico. Manuela elencou os desafios para o uso de serviços de e-Gov com base em quatro premissas: o provimento de serviços transacionais on-line, a ampliação da interação entre Governo e sociedade, a personalização dos canais de acesso e a redução das barreiras.

"Os órgãos de Governo, em sua grande maioria, já estão nas redes sociais, assim como a maior parte dos cidadãos. Mas como fazer com que os cidadãos e governos se encontrem nessas plataformas? E qual é o papel dessas redes? Os Governos podem utilizar as redes sociais para facilitar o acesso à informação e saber a opinião dos indivíduos, mas, por outro lado, estamos falando de plataformas proprietárias, o que envolve questões importantes como a garantia da privacidade e proteção aos dados dos usuários", considerou Manuela.

Com moderação de James Marlon Azevedo Gorgen (Ministério das Comunicações), o painel teve a participação de Américo Tristão Bernardes (Ministério das Comunicações), Andrea Ricciardi (Ministério do Planejamento), José Carlos Vaz (USP), Maria Alexandra Cunha (FGV-SP) e Leonardo Barbosa Germani (Ministério da Cultura). Os panelistas analisaram a importância de definir padrões e estabelecer sistemas interoperáveis para prestação de serviços online, além de consultas públicas no ambiente digital, e o desenvolvimento de sistemas de gestão que levem em consideração as necessidades e particularidades de cada município.

Durante o encontro, houve ainda o reconhecimento dos representantes dos Ministérios presentes no debate sobre a importância da geração contínua de indicadores por parte do Cetic.br. Na conclusão, o gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa, reforçou o compromisso do CGI.br e do NIC.br com a condução de pesquisas regulares e com cada vez mais qualidade. Barbosa também ressaltou a importância da realização de encontros periódicos para fortalecer o relacionamento entre quem produz as pesquisas e quem consome os dados para elaboração de políticas públicas.