15º Workshop do Cetic.br debate integração de dados emergentes e novas tecnologias em pesquisas
Evento reuniu especialistas de organizações como UNESCO, Cepal, UNSD, UIT, Banco Mundial, FMI, OMS e Institutos de Estatísticas de vários países latino-americanos para discutir o futuro da produção de estatísticas em um cenário de transformação digital
São Paulo, 1º de setembro – O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), em parceria com a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE/IBGE) e com a SCIENCE (Sociedade para o Desenvolvimento da Pesquisa Científica), realizou o 15º Workshop Anual sobre Metodologia de Pesquisa. O evento, que ocorreu entre os dias 18 e 21 de agosto em São Paulo (SP), reuniu representantes da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Organização Mundial da Saúde (OMS), Divisão de Estatísticas das Nações Unidas (UNSD), União Internacional de Telecomunicações (UIT), Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), do Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Mundial e de escritórios nacionais de estatística de diversos países, como Canadá (StatCan) e Colômbia (DANE).
Com o tema “Integração é a Chave”, o encontro debateu como fontes de dados emergentes e novas tecnologias, se utilizadas de maneira responsável e transparente, podem enriquecer a prática de pesquisas e a produção de estatísticas. Em um contexto de rápida transformação digital, métodos tradicionais de coleta de dados estão sendo complementados por dados georreferenciados, inteligência artificial, plataformas digitais e informações geradas por cidadãos. O objetivo do workshop foi avançar nessa discussão.
"A infraestrutura da Internet no Brasil não é feita apenas de tecnologia, mas também de dados. Este workshop explorou a fronteira do conhecimento na área de metodologias de pesquisas: como integrar inovações como a Inteligência Artificial para auxiliar nos processos de produção de estatísticas mais precisas e ágeis. Compreender a sociedade digital com base em evidências robustas é o que nos permitirá construir um futuro digital inclusivo e benéfico para todos os brasileiros", afirmou Demi Getschko, Diretor-Presidente do NIC.br.
Complementando a visão, Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br/NIC.br, destacou: "A integração de novas fontes de dados é uma necessidade para que a produção de estatísticas públicas sobre as TIC sejam oportunas, de qualidade e capazes de refletir a complexidade da sociedade digital. Este workshop reforçou a importância da colaboração entre academia, governo e setor privado para avançarmos em metodologias que sejam inovadoras, éticas e transparentes. O desafio é transformar o imenso volume de dados disponíveis em conhecimento que gere valor público, e o Cetic.br e NIC.br estão comprometidos em liderar essa discussão no Brasil e na região."
Destaques e debates
Os debates se aprofundaram em quatro eixos principais:
- Análise de dados georreferenciados e uso de IA para reconhecimento de imagens.
- Novas abordagens para medição e avaliação de habilidades digitais.
- Análise de dados de plataformas digitais, como redes sociais e e-commerce.
- Utilização de dados gerados por cidadãos (citizen-generated data) como fonte de informação contextual e em tempo real.
Na palestra de abertura, durante a manhã de segunda-feira, o Professor Trent Buskirk, da Old Dominion University (EUA), falou sobre desafios e oportunidades do uso de Big Data na produção de estatísticas oficiais. Ele ressaltou a importância de integrar novas fontes de informação às fontes tradicionais de pesquisa, além da necessidade de adoção de metodologias inovadoras e de uma governança de dados sólida para garantir qualidade, transparência e comparabilidade internacional. Pedro Luís do Nascimento Silva, da Science (Brasil), foi o moderador.
No painel Integração e Interoperabilidade de Dados, moderado por Marcelo Pitta (Cetic.br|NIC.br), Daniel Taccari (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe das Nações Unidas – UNECLAC, Chile) e Luis Gonzáles Morales (Divisão de Estatísticas das Nações Unidas – UNSD, EUA) abordaram temas sobre a adoção de padrões e modelos interoperáveis e como eles podem favorecer a integração entre fontes tradicionais e emergentes de dados. O debate ressaltou que, diante do aumento das informações não estruturadas, é importante avançar em governança, vocabulários comuns e estratégias colaborativas para assegurar qualidade e comparabilidade internacional das estatísticas, ampliando seu valor público e fortalecendo a formulação de políticas baseadas em evidências.
Durante a sessão The Digital Data Triple plAy, moderado por Fábio Senne (Cetic.br|NIC.br), Professor Trent Buskirk abordou os três aspectos centrais de "Acesso, Avaliação e Análise" no contexto de dados de plataformas digitais aplicados à pesquisa social e destacou a crescente importância dos dados provenientes de plataformas digitais e a necessidade de métodos especializados para lidar com eles de forma eficaz.
Logo em seguida, o painel Usando Dados de Plataformas Digitais, ministrado por Marina Mendes Tavares e Vladimir Klyuev, ambos do Fundo Monetário Internacional (FMI, EUA), foi focado na coleta, análise e aplicação estratégica de dados gerados por plataformas digitais, abordando tópicos como privacidade de dados, domínio de mercado, marcos regulatórios para acesso a dados e suas implicações econômicas para a concorrência e a inovação.
O evento estendeu-se até a quinta-feira, contemplando cursos que promoveram um debate aprofundado sobre boas práticas e sobre os novos desafios metodológicos emergentes. Um dos cursos foi dedicado à medição de habilidades digitais, no qual foram explorados os referenciais conceituais e metodológicos do DigComp, desenvolvido pela Comissão Europeia, bem como sua articulação com as recomendações da União Internacional de Telecomunicações (UIT). O outro curso abordou o emprego de dados georreferenciados e de técnicas de reconhecimento de imagens como instrumentos inovadores de coleta e análise em pesquisas sobre TIC, evidenciando o potencial de tais abordagens para ampliar a precisão e a abrangência dos estudos na área.
Para conferir a programação completa do 15º Workshop Anual sobre Metodologia de Pesquisa, acesse: https://workshop.metodologia.cetic.br/
Assista ao vídeo com melhores momentos do evento: https://www.youtube.com/watch?v=1ORIUgrqx9I
E confira as fotos: https://www.flickr.com/photos/nicbr/albums/72177720328624702
Sobre o Cetic.br
O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do NIC.br, é responsável pela produção de indicadores e estatísticas sobre o acesso e o uso da Internet no Brasil, divulgando análises e informações periódicas sobre o desenvolvimento da rede no País. O Cetic.br|NIC.br é, também, um Centro Regional de Estudos sob os auspícios da UNESCO, e completa 20 anos de atuação em 2025. Mais informações em https://cetic.br/.
Sobre o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR – NIC.br
O Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR — NIC.br (https://nic.br/) é uma entidade civil de direito privado e sem fins de lucro, encarregada da operação do domínio .br, bem como da distribuição de números IP e do registro de Sistemas Autônomos no País. O NIC.br implementa as decisões e projetos do Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGI.br desde 2005, e todos os recursos arrecadados provêm de suas atividades que são de natureza eminentemente privada. Conduz ações e projetos que trazem benefícios à infraestrutura da Internet no Brasil. Do NIC.br fazem parte: Registro.br (https://registro.br/), CERT.br (https://cert.br/), Ceptro.br (https://ceptro.br/), Cetic.br (https://cetic.br/), IX.br (https://ix.br/) e Ceweb.br (https://ceweb.br/), além de projetos como Internetsegura.br (https://internetsegura.br/) e Portal de Boas Práticas para Internet no Brasil (https://bcp.nic.br/). Abriga ainda o escritório do W3C Chapter São Paulo (https://w3c.br/).
Sobre o Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGI.br
O Comitê Gestor da Internet no Brasil, responsável por estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimento da Internet no Brasil, coordena e integra todas as iniciativas de serviços Internet no País, promovendo a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços ofertados. Com base nos princípios do multissetorialismo e transparência, o CGI.br representa um modelo de governança da Internet democrático, elogiado internacionalmente, em que todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. Uma de suas formulações são os 10 Princípios para a Governança e Uso da Internet (https://cgi.br/resolucoes/documento/2009/003). Mais informações em https://cgi.br/.
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