PTT.br celebra 10 anos durante 4ª Semana de Infraestrutura


26 NOV 2014



No encerramento do primeiro dia do PTT Fórum 8, Milton Kaoru Kashiwakura, diretor de projetos especiais e de desenvolvimento do NIC.br, apresentou um panorama sobre os 10 anos de existência dos Pontos de Troca de Tráfego (PTTs) no Brasil.

O início da palestra contou com um histórico do acesso à Internet no Brasil. Desde o início da operação da rede no País, redes fisicamente próximas tinham interesse em trocar tráfego, mas precisavam fazê-lo nos Estados Unidos, usando redes de terceiros. O primeiro PTT, de São Paulo, surgiu em 1996com a finalidade de estabelecer troca local entre as redes dessa localidade, evitando que o tráfego tenha que ir aos Estados Unidos e voltar. Ao longo dos anos, o mesmo fenômeno passa a ser observado em âmbito nacional, com outras localidades do Brasil demandando mais tráfego. Redes instaladas em diferentes regiões do País buscavam tráfego em São Paulo, em vez de trocá-lo localmente. Para diminuir a latência ao mínimo possível, novos PTTs foram criados. “Manaus hoje tem um PTT, o que reduziu não somente a latência na troca de tráfego, mas também diminuiu custos para quem opera redes naquela localidade” ressaltou Milton.

O aumento de participantes em uma cidade como São Paulo, que necessita de mais de um Ponto de Interconexão (PIX), foi solucionado com o modelo adotado em 2004. O PTT de São Paulo, por exemplo, é formado por 26 PIXes, que conectam 590 redes. “Esse modelo proporciona uma alta disponibilidade dos serviços prestados pelo participante, com a possibilidade de reduzir custos sem que o participante precise estar presente em diversas localidades de um mesmo PTT. Além disso, essa interligação com alta capacidade propicia grande robustez e crescimento interessante para a metrópole”, comenta.

Milton também apresentou estatísticas sobre o perfil de tráfego trocado nos PTTs. A taxa de crescimento de tráfego trocado em todas as localidades do PTT.br dobra a cada ano, mas no último ano cresceu 150%; o perfil de uso, antes com maior demanda diária durante os dias úteis, por conta do uso predominantemente comercial, foi deslocado para os fins de semana, com perfil doméstico, sobretudo por conta do crescimento da demanda por aplicações de vídeo.

Por fim, Milton ressaltou a importância dos parceiros que atuam em conjunto com o NIC.br e o CGI.br, dos setores acadêmico, empresarial e governamental, para a operação das infraestruturas do PTT.br. Em plano internacional, o diretor do NIC.br também apresentou as parcerias com entidades como EURO-IX, LAC-IX e a recém criada IX Federation, que reúne operadores de serviços análogos das regiões Ásia-Pacifico, Europa e América Latina. Para o futuro, o principal desafio ressaltado por Milton é o incremento no número de Sistemas autônomos (AS), que poderão se tornar participantes dos PTTs. “25% dos quatro mil provedores de acesso a Internet no Brasil ainda não têm ASN, mas para ser um provedor ele precisa gerenciar seus próprios IPs. Atribuir número de sistemas autônomos a esse conjunto de organizações possibilita que eles se conectem ao PTT.br e troquem tráfego cada vez mais localmente. Foi com esses esforços que chegamos aos 10 anos de muitas uniões e interações”, completa.

Os arquivos com as apresentações do PTT Fórum 8, um dos eventos que compõem a 4ª Semana de Infraestrutura da Internet no Brasil, estão disponíveis em http://ptt.br/pttforum/8/agenda.

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